segunda-feira, 11 de maio de 2009

Pensamento mórbido

Música para os ouvidos
Palavras para os lábios
Poema para o sonho
E trabalho para comida

Quem disse que existe um fim?
Quem disse que existe um tema?

A minha vida foi pautada como a uma reportagem.
Quando nascemos entregam-se as pautas.
Ninguém está isento.
Mas a minha se rasgou e não sei pra onde ir,
Eu simplesmente não posso fazer nada

Poderia consultar um documento qualquer, se esse existisse
Algo que me explicasse
Alguma placa que indicasse o caminho
O senso e a direção

“Andando em bravo mar, perdido o lenho”, disse Camões
Se eu traçasse uma linha, o que estaria no início?
O gesto, a crítica ou o sonho?
Talvez fosse o fim.

Eles me disseram que não pode ser assim
Não se pensa dessa forma
Mas rasgou-se o que foi pré determinado
E o plano se foi

Então, não me diga o que ou como pensar
Não me faça agir como mais um
“Escuta, te deixo ser?” Diria Clarice, “ deixa-me ser então”.

Se eu me calar, então outros falarão.

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Mórbido?
    Mórbido seria se VC seguisse a pauta...
    pq viver o roteiro dos outros com as suas energias é que mórbido. Um verdadeiro assalto.
    Rá! Teu pensamento já é vida prórpia!
    =P

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  3. Rá... também és poeta...
    e nem achei assim tão mórbido isso.
    muito bonito Cinthia.

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  4. Na verdade acho que o momento era mórbido e quem escreveu tbm estava assim..
    Obrigada!

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