sábado, 25 de junho de 2011
Mentiras sinceras interessam?
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Alma dos Diferentes
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Tempo, mano velho
Pra você correr macio”
E beijar minha menina
Na rua
É que se fez o meu lábio
O seu braço
E a minha voz.”
terça-feira, 10 de maio de 2011
Minha Cidade nos Olhos de um Velho
Haja amor
terça-feira, 12 de abril de 2011
VIDA VAZIA - UM CONTO
segunda-feira, 21 de março de 2011
VERSOS
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
BOCAS DE SINO
Saiu naquela manhã se sentindo um tanto estranha com as roupas que vestia. Setia-se na verdade, uma pessoa presa em uma foto de 1970. Como eram mesmo os nomes dessas calças? , se perguntou, Ah, Lembrei! Bocas de sino, calças bocas de sino.
Ela tinha visto uma imagem do pai vestindo algo parecido com aquilo. A peça ajustada na cintura ia fazendo uma abertura em forma de sino quando chegava à barra deixando um grande espaço que mal lhe mostrava os pés.
Lembrou-se imediatamente do pai, quantos anos ele teria quando usou aquela roupa? Já havia conhecido sua mãe? Teria ele, sonhos maiores, como os seus, para a vida futura? Teria ele realizado estes sonhos ou os enterrado como os pés cobertos naqueles enormes pedaços de pano?
Ela não sabia. Não havia como saber. Sempre considerara o homem como um ótimo pai. Bem melhor que muitos de seu tempo. Porém, ele sempre fora um tipo carrancudo e enigmático. Falara muito pouco de si mesmo, preferia concentrar-se a educar os filhos, dizendo-os o que fazer ou não, como e quando fazer. Corrigia-os com voz firme e quando as coisas apertavam abrandava o som para perguntar se precisavam de algo. Era mesmo aquele tipo famoso que não deixa faltar nada, como dizia sua avó, mas faltava algo muito importante e ela sabia. Faltava saber quem de fato se escondia por trás da postura ereta. O que havia de sentidos e sensações em torno daquele coração que ela nunca vira, atado por trás do bigode aparado e da barba sempre bem feita.
A menina se sentiu agoniada por um momento enquanto se dava conta de que não sabia sequer se aquele homem que a criava e cuidara dela durante tantos anos era feliz, ou se assim, como ela, sentia o peito apertado as vezes como se fosse sufocar e então olhava para o céu e se indagava sobre o sentido de tudo que vinham vivendo, aquela coisa toda que sua família vinha enfrentando. Ela preferiu não pensar nisso, não agora. Questionou-se se assim, como ela, o pai não via mais beleza nas cores pintadas pelas crianças da casa vizinha na calçada, se também assim, como ela, se questionava e perguntava a si mesmo. Até quando?
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
UM CONTO
Algumas histórias se confundem, pessoas se parecem e o tempo não passa em meio a tanto tédio, era o que ela pensava no escuro enquanto tentava dormir, levantou, abriu a janela e deixou que a luz ainda que fraca entrasse pelo vão.
“A vida deveria ser mais original” disse num tom baixo, mas suficiente pra ela se assustasse com o som da própria voz, ela nunca gostou de escuro, muito menos quando está sozinha. Medrosa é o que ela era, uma menina medrosa e insatisfeita, sempre soube que era assim, nunca teve coragem alguma. Não gostava do escuro, da solidão. Não gostava de gente e nem de fazer nada novo, só pensava. Não tinha medo de pensar, mas freqüentemente seus pensamentos a assustavam também.
Cerrou os olhos, tentou espantar um sombrio pensamento, levantou-se de novo e fechou a janela totalmente, não podia dormir com o barulho da chuva, mas a chuva era uma desculpa, o que a incomodava mesmo era perceber que passaram minutos, talvez horas e ela continuava só. Deitou numa posição diferente, passou a pensar em coisas que quase todos pensam, sua família, seus amigos, um amor, um sonho, o passado e o futuro. A maioria a atormenta, enquanto outros tranquilizam.
Uma menina escondida. É o que de fato ela era. Esperando pelo sol.
Esperou toda uma noite e ainda estava de olhos abertos quando os primeiros raios de luz invadiram o dia. Pensou que ela poderia, um dia quem sabe, despontar como aquela luz que, ao passar pela noite mais sombria, despontaria, brilharia e quem sabe poderia ser livre.