terça-feira, 19 de janeiro de 2010

MEMÓRIAS

“Mas agora eu sei que o nosso mundo não é mais permanente que uma onda subindo no oceano. Quaisquer que sejam as nossas lutas e triunfos, qualquer que seja o modo como o experimentamos, em breve todos fundem-se numa coisa só, como a tinta aguada de um aquarela num pincel.”

..Memórias de uma Gueixa...



Terminei de ler o livro “Memórias de uma Gueixa” esta manhã. Com certeza digo que foi um dos mais impactantes pra mim. São 457 páginas de total identificação. Apesar, como disse o autor, Arthur Golden, da personagem principal, Sayuri e sua vida serem totalmente inventadas, os fatos históricos da vida cotidiana de uma gueixa nos anos 30 e 40 não são.

A história central fala de uma menina arrancada da família e cidade natal. Ela é vendida para ser treinada como gueixa. Afastada mais tarde da irmã e sofrendo vários tipos de humilhação, a pequena Chyo vê sua vida esvair-se sem o menor controle. Anos depois, a soma de tanta dor e sonhos que aos poucos são esquecidos ela se torna a grande gueixa Sayuri ou Nitta Sayuri. Sendo uma das mais populares de sua época, conquistando cada pequena coisa com a qual sonhou, porém, sempre pagando um preço muito alto por elas.

Acredito que todos nós em algum momento desejamos ardentemente voltar ao passado e resolver questões, ou nos lembrar apenas. Todos passamos por períodos em que nos questionamos o que teria sido se não nos tivesse acontecido determinado fato. Todos remoemos nossas magoas como uma criança que masca um chiclete, até que chega o momento de nos desfazermos de tudo isso e olhar para quem nos tornamos após cada pequeno acontecimento ou circunstancia.

Sentada no domingo no banco de uma igreja, me lembrei de quem fui antes de um pequena perda que tive ou muitas perdas, talvez. É verdade que muitas vezes desejei que nada disso tivesse sido verdade, desejei acordar como de um sonho e ver minha antiga realidade intacta, correndo normalmente.
Mas neste dia em que conto pra vocês eu percebi o quanto essas desilusões são menores do que aquela que eu sou hoje. E o que elas fizeram comigo? Nada além de que me impulsionar pra frente e me ajudar a construir cada pequeno sonho e muito mais, a perseguir cada um deles.
Hoje me agarro fortemente a tudo que tenho e que sou e agradeço às lagrimas choradas, a força que sinto e a certeza de me levantar cada vez maior.

“É incrível
Nada desvia o destino
Hoje tudo faz sentido
E ainda há tanto a aprender”

...Monalisa/ Jorge Vercilo...




sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

POR CHICO

Quando ouço Chico tenho vontade de deitar no chão, fechar os olhos e deixar que a música penetre pelas janelas da minha alma, invada todo e cada centímetro meu.
Faça disso tudo o que sou eu.

Sempre ouvi dizer da sua fama, senti tão longe. Mas Chico está próximo de cada ouvido que escuta, cada olho que o lê.
A ultima vez que o ouvi, pensei estar em lugar demasiado longe. Num campo mais que verde e o céu já não era mais azul de tão azul.

E Olhos nos olhos, ouvindo Minha história, eu sei que o Calice foi quebrado, e eu, mesmo não sendo Yolanda percebo a Roda Viva girando, toda gente passando. Percebo que além de Tanto mar existe João e Maria de todos os tipos, todos os jeitos vivendo Com Açúcar, com afeto. E deixo então Pedaços de mim por todo canto com o som do Chico e Sem fantasia eu sorrio e pergunto à vida, assim, cara a cara, Quem é você?