Algumas histórias se confundem, pessoas se parecem e o tempo não passa em meio a tanto tédio, era o que ela pensava no escuro enquanto tentava dormir, levantou, abriu a janela e deixou que a luz ainda que fraca entrasse pelo vão.
“A vida deveria ser mais original” disse num tom baixo, mas suficiente pra ela se assustasse com o som da própria voz, ela nunca gostou de escuro, muito menos quando está sozinha. Medrosa é o que ela era, uma menina medrosa e insatisfeita, sempre soube que era assim, nunca teve coragem alguma. Não gostava do escuro, da solidão. Não gostava de gente e nem de fazer nada novo, só pensava. Não tinha medo de pensar, mas freqüentemente seus pensamentos a assustavam também.
Cerrou os olhos, tentou espantar um sombrio pensamento, levantou-se de novo e fechou a janela totalmente, não podia dormir com o barulho da chuva, mas a chuva era uma desculpa, o que a incomodava mesmo era perceber que passaram minutos, talvez horas e ela continuava só. Deitou numa posição diferente, passou a pensar em coisas que quase todos pensam, sua família, seus amigos, um amor, um sonho, o passado e o futuro. A maioria a atormenta, enquanto outros tranquilizam.
Uma menina escondida. É o que de fato ela era. Esperando pelo sol.
Esperou toda uma noite e ainda estava de olhos abertos quando os primeiros raios de luz invadiram o dia. Pensou que ela poderia, um dia quem sabe, despontar como aquela luz que, ao passar pela noite mais sombria, despontaria, brilharia e quem sabe poderia ser livre.
Sou meio suspeito pra falar de contos, já que é o estilo de texto que mais gosto, mas, este em especial me emocionou. Enquanto lia, podia ver essa menina se revirando na cama, insegura, com medo... Em profundo sono.
ResponderExcluirParabéns! Quero ver mais parágrafos neste estilo por aqui... =D
Beijos, Juan.
Bela Narrativa. Gostei muito! Pretendo vir aqui mais vezes, parebéns pelo blog.
ResponderExcluirQuando puder, dê uma olhada: http://marcaobaixada.blogspot.com/