segunda-feira, 21 de junho de 2010

ÀS MOSCAS II


E as moscas azuis continuam rondando.
Com seu zunido infernal anuviando meu cérebro
Tentando destruir a alegria de uma noite de paz.
Eu não sei o que elas querem...

Talvez atormentar, chantagear, despedaçar um coração já cozido.
Que depois de tanto ter temido, soluçado e esperneado,
Começa a sentir a leveza de dias suaves.

Esses animais peçonhentos
Tão sem pensamento, se alimentam do tormento de quem não se interessa por eles.
De quem vive além do quadro azul e escapou do falso mel a que se submetem.

Voem pra longe bichos imundos!
Vão atormentar o inferno
Voar sobre os seus altares mal cheirosos,
Tão brancos por fora, recheados de enxofre.

Porque em mim que já voei esse vôo,
vocês não pousam não.
Eu prefiro olhar os pássaros e bater as asas em direção ao norte.


“São soníferos, chagas sem curas.
Não reproduzem, são inférteis, infiéis, "infértebrados".

É mais fácil aturar a tristeza generalizada
Que romper com as correntes de preguiça e mal dizer.
Silenciam-se no holocausto da subserviência
O organismo não se anima mais.
E assim, animais ou menos assim,
Descompromissados com o próprio rumo.

Desprovidos de caráter e coragem,
Desatentos ao próprio tesouro...caem.
Desacordam todos os dias,
não mensuram suas perdas e imposturas.
Não almejam, não alma, já não mais amor.”

...Insetos interiores/ TM...

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