terça-feira, 14 de abril de 2009

VIVA PAGU !





Na nebulosa da infância, a sensitiva já procurava bondade e beleza. Mas a bondade e a beleza são conceitos do homem. E a menina não encontrava a verdade e a beleza por onde procurava. Talvez porque já caminhasse fora dos conceitos humanos.” ( Pagu)

Talvez o título deste texto não seja lá dos mais originais, mas, por mais que eu tente não consigo expressar Pagu, com outra frase que não essa, com outra palavra que não um viva.
Não era uma mulher a frente do seu tempo como há muito foi dito, para Patrícia Galvão o tempo nunca existiu, o que existiu foi a vida. “ Até quando a vida? Onde a vida?” uma sede de luta que não saciava, uma revolta íntima contra conceitos pré-estabelecidos . Buscava a satisfação intelectual que em pouco não lhe bastou era necessário então concretizar.
Jornalista brasileira, escritora, militante comunista, foi presa 23 vezes como inimiga número 1 da ditadura de Getúlio Vargas, ela se justificava “ Tenho muita força, onde irei empregar essa força?” “É preciso gritar, gritar até cair morta”. Mas, antes do conhecimento sobre Karl Marx e suas idéias, antes da entrada para o partido, antes de entender e lutar pela causa proletária, uma mulher que fazia tudo com paixão, que se entregava à ela e que fugia desesperadamente dos dogmas estipulados pela sociedade e nem tão pouco se encaixava aos moldes femininos.
Sexualmente precoce, com blusas transparentes, fumando na rua, falando palavrões, tomando um porre. Assim podemos visualizar Pagu, uma lenda, quase um mito. Muitos amores, muitas lutas seguidas de muita tristeza. Mãe.
Recebeu a fama de “porra louca” e de exibicionista devido aos seus modos, ou a falta deles para a sociedade da época.
Porém, no livro “Paixão Pagu a autobiografia precoce de Patrícia Galvão”, carta escrita durante sua última prisão a Geraldo Ferraz, seu parceiro amoroso e intelectual, vemos ressurgir uma Pagu além dessa idéia sensacionalista formada pela mídia, vemos nascer uma Pagu forte, que ambicionava dar um sentido a sua vida que não encontrara se não nas causas revolucionárias, na vontade de ser a voz daqueles que não a tinham e de ir bravamente contra a qualquer coisa estipulada pela burguesia ou pelos rígidos costumes de seu tempo.
O encontro com Patricia Galvão e sua literatura é chocante, arrebatadora e nos faz pensar se a mulher continua capaz de lutar pelos seus desejos em uma sociedade mascaradamente machista como a que enfrentamos hoje, e se pode transpor os limites que são colocados pela mesma sociedade de Pagu, pela igreja ou qualquer outro determinador de comportamento ou obtentor poder. É preciso lutar pela sua intelectualidade em um país onde loiras, negras ou morenas rebolam até o chão em trajes mínimos por um close global. É difícil ir contra contra os padrões de aparência estipulados pelas revistas de moda, pelas propagandas de cosméticos e programas que exploram a mulher como produto.
Mas, o que Pagu diria sobre nossos contemporâneos padrões? Sobre nossas contemporâneas mulheres? Talvez nada dissesse talvez atribuísse o problema para a educação ou a falta dela, a formação familiar ou o capitalismo exacerbado em que vivemos. Não sei..não sei..
Quereria eu ser Pagu ou ser como, quereria eu gritar até cair morta, lutar e mesmo presa não calar os meus conceitos..mas como? Não sei ainda..não sei.
Mas o que eu tenho Pagu, eu te dou, e são essas palavras simples e cruas, essa homenagem pequena e essa frase : VIVA PAGU!


E para aqueles que desejam mais dessa mulher revolucionária e liberada vai abaixo o link do site:
http://www.pagu.com.br/index2.asp
Vai também o vídeo da música “ Pagu” composta por Rita Lee e Zélia Duncan em homenagem a ela. Vale muito a pena ver.




5 comentários:

  1. nooossa!!
    fera msm hein,Ci!
    num conhecia essa Pagu nao..mto bom mesmo!
    ta escrevenu mto hein muié!

    Luh

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Sou mais macho que muito homem rs. Adorei muié...e se vc quer ser Pagu ...que seja nem que por um minuto ... a hora é agora ...o tempo não pára ... bia

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Esse blog já é de certa forma o seu grito Cíntia..e que seja só o começo hein!
    Aodrei conhecer a Pagu....

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