sexta-feira, 17 de abril de 2009

ESTRANHO


Um dia ele passou perto de casa, eu vi sua sombra e senti a presença, mas, não o vi de fato.
Já faz tempo que venho procurando, parece que quando eu o encontrar, me encontro também, mas, há os que dizem que quando eu encontrá-lo nesse dia então me perco, ou morro.
Me falaram que ele anestesia, rouba o pensamento e nos faz agir como idiotas irracionais, dizem que ele tira tudo de precioso, o reflexo, o chão, o jeito.
Há tempos eu pensei ter encontrado, eu toquei, falei. Mas, sumiu! Disseram que ele não some, então dormiu? Dormir, ele dorme?
Quantas vezes eu já ouvi seu nome, mas quem o batizou assim? Um dia um poeta perguntou : Quem o inventou?.A resposta não veio e se veio eu não soube.
Procurei com desespero, gritei o nome, subi no telhado e tentei ver alguma coisa que se pareça ao menos, achei? Não, não era.
Então chorei, gritei, escureci como a noite mais fria que apaga as estrelas. Tentei ser o que não fui.. Mas, tudo bem, um dia talvez.
Eu receio, tremo, mas procuro. Disseram que esse estranho leva a solidão pra longe, que ele tira essa coisa que sufoca e que diz que se está sozinho.
Alguém já viu, já viveu e diz que ele é confuso, que não tem forma e nem definição.
Dizem.
Até quando alguém pode viver do que dizem? Recolher migalhas, ficar com as histórias de quem viveu?
Eu tenho medo, é tão grande que ensurdece, cubro a cabeça e não quero ver, mas, sua falta me dói tanto...
Pois que venha, que roube e que leve, me leve pra qualquer lugar que não seja esse e me faça qualquer pessoa que não seja eu.
Ouvi, que só ele pode me tirar daqui, então eu espero, peço por algo que desconheço..que nem mesmo sei o nome, ja, que esse nome não me importa, os nomes não importam, o que eu quero é que ele seja e que me permita ser também.

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