Vou falar a verdade. Aquela que dói, sempre doeu e vai continuar doendo. As pessoas não gostam muito dela eu sei, mas é o que tem para hoje.
Digamos que vivemos em dias em que cada vez mais a verdade ficou out. “Cortem as cabeças desse povo que fica falando o que pensa”, eles dizem, “quem pensam que são?” “Eles não tem respeito”, afirmam.
Não é bolinho ser uma pessoa sincera, não falo daquela sinceridade que fica se metendo na vida dos outros, falo do bom senso de não mentir ou fingir para agradar alguém. Mas digo mais, digo que a maioria das pessoas que nos pedem conselhos não estão nem aí pra verdade, querem mesmo que você concorde, apóie e finja que vai ficar tudo bem no final.
Pago um preço meio caro por ser como sou. Não saio por aí falando tudo que penso não, (a não ser que eu seja solicitada, claro) mas sou o tipo de pessoa que não faz questão de fingir que gosta de algo que não gosta ou que está tudo bem quando não está. As vezes me pergunto por que é tão difícil apenas sorrir e ficar quieta? Por que eu tenho sempre que estragar tudo falando como estou me sentindo?
Quando não posso falar, me afasto, dou a volta, saio à francesa, me retiro pela esquerda. Mas ficar parada mostrando os dentes eu não sei fazer não. Ao contrário do que pensa minha mãe, eu não sei fazer mesmo, não é ruindade não viu.
Enfim, não sei se vou muito longe com esse temperamento. Como disse logo acima, ninguém ta nem aí pra o que as pessoas sentem, somos cada vez mais superficiais e cada vez mais precisamos de afirmação. Queremos pessoas que nos elogiem, que não se magoem. Criamos avatares nas redes sociais e postamos fotos sorrindo que nem hienas loucas pra esfregar na cara do mundo a nossa alegria fugaz. E ai de quem estragar a performance, nunca mais olhamos na cara de quem faz isso, ficamos de mau. Né não?
Então vamos lá, parece que Cazuza estava certo, mentiras sinceras interessam. Concordam?